Autoperdão é um importante passo para construir uma nova caminhada. Vem comigo assistir a terceira e última parte da entrevista que fiz com uma integrante do MADA.
Você sabe o que é a Síndrome de Peter Pan?
Nesse vídeo falo o que é a Síndrome de Peter Pan, sinais e tratamento.
Segundo casamento e enteados(as): por que é tão difícil? – Parte 2
Quando falamos em segundo casamento ou recasamento, falamos sobre um outro sistema que está sendo formado, que normalmente envolve um casal e seus filhos.
Esse sistema possui vários subsistemas. Vou explicar:
A família que está sendo constituída é um sistema – Sistema familiar.
Porém, esse sistema maior abriga outros subsistemas, que são: o casal, os filhos, a relação entre os adultos e seus filhos, a relação entre adulto e seus enteados.
São inúmeras situações que surgem e que tem como base esses sistemas e suas relações interpessoais. É muita gente, muitas histórias, personalidades, interesses, pontos de vista…Por isso é tão comum surgirem conflitos, sobretudo no caso de famílias recasadas.
A seguir a continuação Segundo casamento e enteados(as): por que é tão difícil? – Parte 1 dos seis maiores conflitos de uma família em um segundo casamento. Abaixo de cada item uma sugestão para amenizar essa fase adaptativa:
4) Conflitos de Lealdade – quando um dos pais casa de novo, o recasamento pode ser visto pelos filhos como uma traição para com a família que cresceram. Está envolvido nesses casos um dos sentimentos mais fortes que o filho ou filha pode ter em relação aos padrasto ou madrasta – o ressentimento.
Uma forma de não piorar essa impressão de que você roubou ou destruiu o lar deles é não se envolver na relação entre pai e filho(a). Não dizer na frente do enteado(a) coisas do tipo “Eu sei que ele é seu filho, mas ele não deveria falar com você assim” ou “Você tem que me obedecer porque a casa é minha e do seu pai”.
O melhor a se fazer, sobretudo na fase inicial com sua nova família, é deixar que o pai determine e verbalize a regra aos filhos.
Não se trata de ter medo dos enteados, mas de se colocar como adulta, entendendo que essa fase inicial também é difícil para eles e que (teoricamente) você tem mais experiência e recursos internos para lidar com os problemas do que eles (que são mais inexperientes).
5) Triângulos Rígidos- imagine um casal indo ao cinema, quando de repente a filha liga para o pai. Ele vai aproveitar esse raro momento de iniciativa da filha estendendo o assunto por quarenta minutos ou conversará brevemente com ela, combinando de retornar a ligação depois?
Cria-se aqui uma situação de triângulo. Em uma ponta do triângulo temos o pai, na outra ponta a filha e na outra a atual esposa. Com quem esse homem vai se “aliar” ou triangular? À filha, deixando assim a atual esposa com a sensação de que tem seu espaço com o marido desrespeitado e invadido e que está sendo deixada “de lado” ou triangulará (termo em Psicologia) com a atual esposa, passando uma mensagem para a filha de que aquele momento é do casal e que precisará ser respeitado?
No caso de não se tratar de nenhuma emergência, a segunda opção seria a mais sensata. Porém, o que acontece em muitos casos é que o pai sente-se culpado e acaba agindo baseado nessa necessidade (muitas vezes não consciente) de compensar a(o) filha(o) e não fazer sofrer.
O diálogo com o parceiro é a melhor estratégia. Conversar sobre o sentimento de culpa por traz dessa situação.
Uma possibilidade interessante é que ele tenha horários para estar sozinho com essa filha(o). Demarcando que existem momentos de pai e filho e momentos que são do casal, homem/mulher.
6) Unidade versus fragmentação da nova relação do casal – em famílias originalmente constituídas o casal normalmente tem tempo para se ajustar enquanto planejam a chegada dos filhos e depois os veem crescer. Um vai se adaptando ao outro, enquanto estabelecem vínculos e formam o “DNA relacional” da família.
No caso de famílias reconstituídas isso não ocorre. O novo casal deve se ajustar às crianças ao mesmo tempo que se adaptam um ao outro.
Existem duas conquistas fundamentais para essa nova família:
Primeira- Construir um forte vínculo de casal
Segundo- Desenvolver uma relação mutuamente satisfatória entre padrasto/madrasta – enteado/enteada.
Mas antes que possam lidar com as questões relacionadas com a construção de novas estruturas, com suas novas regras e tradições, é preciso finalizar com questões do passado. Famílias reconstituídas nascem de perdas: morte ou divórcio. Os filhos estão feridos e com raiva. Precisam de segurança e tempo para elaborar o luto.
Por isso, é preciso paciência e respeito pelas individualidades para que, aos poucos, essa nova família construa seu próprio “DNA relacional”.
Será que você está se cobrando demais?
Muitas são as cobranças e questionamentos que nos fazem duvidar se estamos no caminho certo em áreas da nossa vida. Acabamos, muitas vezes, nos deixando influenciar pelo que dizem ou por padrões vindos de fora em relação ao que fazemos ou em relação ao nosso próprio corpo, por exemplo. Afinal, como podemos avaliar isso?