Infidelidade e as Compulsões Sexuais – Infidelidade Parte 7

A compulsão sexual é caracterizada pelo CID 10 (Classificação Internacional de Doenças) como “Transtorno do  Impulso Sexual Excessivo” e pode afetar tanto homens como mulheres. Porém, costuma ser mais comum nos homens.

Trata-se de uma dependência, uma variante do vício em drogas ou em jogo. O sexo patológico é diagnosticado quando a pessoa perde a liberdade por não conseguir controlar os seus impulsos e como consequência, não consegue manter uma relação monogâmica com seus parceiros(as).

Os casos extraconjugais costumam ocorrer num período breve e sem qualquer envolvimento emocional e o infiel costuma se apresentar com um ego inflado, desproporcional autoestima e/ou altamente sedutor, julgando-se irresistível.

Apesar dessa aparente autossuficiência, trata-se de alguém que muito provavelmente sofreu com privação emocional em sua família de origem e foi superexigido na infância, aonde precisava satisfazer as necessidades dos outros, tendo suas próprias necessidades ignoradas. Sentir-se negligenciado, não amado na infância, com vivências rotineiras de não atendimento de suas necessidades e sentimentos, pode gerar um sentimento de VAZIO.

Daí a fantasia e a busca de um amor total, sem limites que preencha esse vazio quando adulto. Podem ser muitas as parceiras ao longo da vida, porque – como é de se esperar – nenhuma pessoa tem como preencher esse tipo de vazio no outro (existencial).

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E no casamento?

Costuma ser uma presença apenas física, com um padrão de interação de vidas separadas.

O cônjuge aqui tem um papel de co-dependente e costuma (mesmo que de forma inconsciente) não olhar para as evidências apresentadas, já que o infiel costuma circular socialmente sem muita reserva quanto às suas conquistas.

O que acontece aqui é que normalmente a pessoa que tem a compulsão não costuma procurar ajuda profissional e costuma viver uma vida dupla:

Por um lado busca por conquistas sexuais fora de casa e por outro busca manter uma imagem de respeitabilidade e um lar com serviços.

Agora, é possível que esse tipo de relação dure uma vida inteira: a mulher segue sem querer enxergar essa dinâmica conjugal e o parceiro, por sua vez, continua vivendo fazendo de conta que tudo vai bem.

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O papel do profissional será o de auxiliar nos casos em que a pessoa ou o casal entendam que as situações geram dor, conflito e sofrimento e reconhecem que uma ajuda profissional poderia ser útil. Os casos de compulsão sexual e abuso de drogas, bem como outras compulsões, possuem a mesma base psíquica e neural e o trabalho psicoterapêutico trabalhará tanto no aspecto da compulsão do indivíduo, como nos aspectos gerais que envolvem a relação com as demais pessoas.