Apego e Sua Forma de Amar – Parte 2

 

PADRÃO EVITATIVO

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Na experiência a criança demonstrava pouco ou nenhum desconforto com a saída da mãe e a chegada do estranho. Nesse padrão as crianças são menos propensas a procurar cuidado e proteção das figuras de apego quando vivenciam estresse. Crianças que aprenderam a não mostrar suas necessidades, pois sofreram, de alguma forma, situações de abandono e negligência.

QUANDO ADULTO: Normalmente são pessoas que não gostam de se sentir frágeis, desprotegidas. Mostram-se extremamente independente na vida e dificilmente buscam ajuda de um outro em momentos de estresse.

Existe aqui uma dificuldade em entrar em contato com suas próprias necessidades, sentimentos e aflições. Um movimento psíquico do tipo: “Quanto menos entrar em contato com meus sentimentos, menos perceberei minhas necessidades e menos exposta ficarei”.

Aqui a pessoa se acostumou desde a infância a não ser amparada, acolhida. Tende a pensar de forma muito racional, como forma de não entrar em contato com as suas emoções. Em alguns casos a escolha por não se comprometer amorosamente torna-se uma “bandeira”, pois ao longo de sua vida aprendeu que a “evitação” é a melhor estratégia de sobrevivência.

 

PADRÃO DESORGANIZADO

Aqui a criança é exposta a uma situação sem solução. Esse tipo de apego ocorre geralmente com crianças que sofrem maus tratos ou em casos mais graves, abuso sexual do seu principal cuidador. Isso gera uma situação ambígua: a mesma pessoa que deveria dar segurança e conforto é aquela que agride e gera na criança uma sensação de perigo iminente.

Casos, por exemplo, de alcoolismo em que a figura de apego é agressiva quando alcoolizada e em momentos de sobriedade demonstra o seu lado mais afetuoso, também gera esse sentimento desorganizado. A criança não sabe o que esperar desse adulto e vive em constante situação de ansiedade e aflição.

QUANDOMujer-enfadada-subida-a-un-baúl-2-305x200 ADULTO: a pessoa cresce sem saber distinguir o que é bom daquilo que é prejudicial para si. Aquele chamado “dedo podre” para escolher o parceiro ou parceira, em alguns casos se enquadra nessa dinâmica psíquica, ou seja, as agressões, maus tratos, humilhações são entendidas como fazendo parte da relação. É naturalizado, como se viesse “no pacote” quando se entra em uma relação amorosa. Há uma dificuldade em perceber aquilo que nutre ou é saudável na relação, daquilo que é tóxico ou não deveria ser tolerado. Por isso, decidir pelo término da relação tende a ser muito difícil e costuma gerar muitas dúvidas e indecisões.

 

Luciane Lima – Psicóloga