O Amor e as Idealizações

Quanto maior for a distância entre o que se quer ser (self ideal) daquilo que efetivamente está sendo (self real), maior o sofrimento e dor. Quando você consegue entender aquilo que é possível desenvolver, a vida flui! Esse conceito também pode ser aplicado nas relações.

Vou te dar dois exemplos de situações em que essas expectativas ocorrem:

1) A pessoa idealiza que aos 30 anos estará casada, com dois filhos, morando numa casa linda, com três cachorros e sendo bem sucedida profissionalmente. O tempo vai passando e essas coisas não acontecem! Vai vendo que a idade limite (30 anos) está chegando e nem namorado tem. E agora? “Sou uma fracassada!” – pensa.
Esse padrão mental de idealização vai sendo construído desde a infância e muitas vezes não traduz a personalidade da pessoa, mas ela não se dá conta disso.
Ao compreender melhor essas influências consegue separar aquilo que foi criado como padrão de perfeição, daquilo que é real, aplicado à sua vida no hoje. Isso amplia a percepção sobre suas habilidades e potencialidades, desenvolve uma nova percepção do seu mundo exterior e auxilia na percepção de que sua história é única e singular.

Por que só se pode ser feliz de uma única maneira? Quem disse que todas as histórias precisam ser iguais? Por que ao invés de ser feliz no hoje, se idealiza uma meta, acreditando que somente quando chegar lá, será feliz. Será mesmo?

2) A pessoa cria um ideal de parceiro(a).
Conhecer exatamente quais são esses ideais, o que se espera e o que não se tolera na relação é fundamental para que se tome consciência do que esperar do outro.
Quando já se vive a relação amorosa, tomar consciência desses referenciais fará com que se estabeleça um “contrato” da relação, em que ambos saibam o que esperar do outro e o que o outro não conseguirá dar.
Muitas vezes o que acontece é que se descobre que o parceiro NÃO consegue cumprir esse padrão exigido. Cabe aqui a escolha de seguir com a relação ou não.
Mas afinal, de onde vieram esses padrões? Normalmente, dos referenciais aprendidos na família de origem. Será que se aplicam exatamente na sua realidade hoje? É possível flexibilizar esse padrão?
No caso em que ainda não se vive uma relação amorosa, conhecer esses padrões e confrontá-los com sua própria identidade e temperamento será importante para se ingressar em uma relação com menos exigências e cobranças. Isso porque o “contrato” já tem as cláusulas claras desde o começo.

A Psicologia como ciência busca auxiliar o indivíduo na sua qualidade de vida. Auxilia na compreensão da dinâmica psíquica, na forma como o paciente encara as coisas da vida, nas relações interpessoais. Tudo isso envolve autoconhecimento, desenvolvimento de habilidades e limitações, autoaceitação, ampliação de fronteiras psíquicas, dentre outros aspectos. Influenciando a forma de se relacionar com o outro em todos os níveis, amorosamente ou não. Todos nós temos uma forma de funcionar na vida, isso quer dizer que temos padrões de pensamentos, sentimentos e comportamentos. Esses padrões quando compreendidos trazem conhecimento da própria identidade.

Princesa-e-principe

 

Luciane Lima – Psicóloga