Falta de Tempo Para a Relação. E agora?

Engarrafamento, excessivas horas de trabalho, um número maior de viagens de negócios, redes sociais… e a qualidade do tempo com o(a) parceiro(a) fica cada vez mais afetado. Essa falta de tempo acarreta alguns problemas, tais como menor tempo para intimidade, desequilíbrio na divisão de tarefas domésticas, menor tempo de lazer com a família, estresse -que acarreta discussões acaloradas- e gera, com isso, empobrecimento na comunicação, dentre outros fatores.

Nos casos em que ambos trabalham, a dificuldade em dispor de tempo para ações simples como refeições e diálogos tende a ser ainda maior.

O tempo é um dos fatores que mais influencia na qualidade da relação e na organização diária dos casais, porém é um fator normalmente ignorado.

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Muitas vezes a conexão existente entre o tempo de trabalho e o tempo do relacionamento acaba por criar uma guerra entre os parceiros. Assim, trava-se uma disputa: “Você sempre escolhe o trabalho”; “O que é mais importante pra você?”; “Que adianta crescer no trabalho e ficar sem família?”.

É importantíssimo entender o problema como parte de um contexto maior, ou seja, o casal deve ser aliado na resolução do problema e não indivíduos que competem.

É preciso dialogar e elaborar estratégias para reservar esse tempo para seu relacionamento. Baseado no autor  Relacionamento Amoroso Peter Frankel, seguem alguns mitos que precisam ser levados em conta nessa hora:

1 – O Mito da Espontaneidade

A noção de que independente de quão desorganizada seja a rotina do casal o prazer, a diversão, o sexo e outras coisas devem acontecer de forma espontânea.

Ao contrário, a sugestão é que o tempo que o casal quiser ter para si seja programado com antecedência.

2 – O Mito do Infinito Aperfeiçoamento

A ideia que o casal é capaz de ter e fazer tudo. Criam programas de computador, blocos de notas para estabelecerem tempo para fazer tudo que se quer.

Fazer escolhas, estabelecer prioridades mostra-se mais funcional. Isso implica em o casal pensar de modo individual e conversar sobre quais seus valores essenciais.

As exigências de aperfeiçoamento contínuo traz uma preocupação em percorrer todos os caminhos possíveis no aprendizado. Escolher prioridade acaba sendo muito difícil, mas uma pergunta que pode auxiliar nesse processo é “O que eu preciso fazer x O que eu quero fazer?”

3 – O Mito do Controle Total

Baseada na crença que se tem o controle total do próprio destino e quando algo não sai como esperado (conseguir ler o livro na data prevista, por exemplo), existe a tendência de atribuir a culpa ao outro.

Isso acontece porque a pessoa não consegue reconhecer o poder das diversas forças sistêmicas que influenciam e dão forma à sua vida.

 

Luciane Lima – Psicóloga

 

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