Quem ama não trai? Infidelidade e seus mitos (Série Infidelidade – Parte 2)

Por que esses mitos são tão fortes?

Há uma tendência humana em categorizar ou, em outras palavras, criar rótulos, em relação às pessoas e também situações.

É um movimento humano que tende a ocorrer por conta de uma economia psíquica e por uma questão de segurança. Quer um exemplo?

Alguém muito tempo desempregado pode ser rotulado como preguiçoso, cansado, aproveitador.

Em termos de Economia Psíquica – imagina o desgaste emocional/ psíquico em olhar para cada história e contextualizar cada caso de pessoa que está desempregada há muito tempo.  

Implicaria em um olhar mais profundo para questões:

Psicodinâmicas – como essa pessoa encara os desafios? Como percebe mudanças de padrões e estilos de vida? Será que consegue se perceber como uma pessoa capaz de encarar novos desafios profissionais ou cristaliza-se naquilo que conhece e por isso, não ousa criar novas oportunidades parar si?

Familiar e de contexto social- Como é para pessoa deixar sua casa e ambiente familiar para engajar-se em algo diferente? Será que sente que crescer financeiramente vai ser uma deslealdade com a família? (muitas vezes, familiares de origem financeira humilde).

E muitos outros aspectos que podem influenciar de forma não consciente a pessoa que está sem emprego.

Em termos de segurança- como saber se essa pessoa não vai se aproveitar, pedir coisas ou mesmo usar da boa fé de algum familiar ou amigo? É uma defesa, uma proteção para evitar nesse exemplo, o dilema: Não ajudo e posso ser taxada como má X Ajudo e acostumo mal a outra pessoa que voltará a pedir, pedir… 

Dessa forma, ligar a atitude da pessoa ao seu caráter, sua índole, coloca-o em uma classificação. Não é diferente do assunto INFIDELIDADE.

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Alguns mitos envolvendo a infidelidade conjugal – capítulo Ligações Perigosas: a infidelidade no casamento (Livro Gritos e Sussurros):

     MITO 1

ROMANCES FAZEM BEM AO CASAMENTO E PODEM RECUPERAR UMA RELAÇÃO MONÓTONA- a experiência mostra que grande parte dos casamentos infiéis termina em divórcio, enquanto outra parte se recupera, mas à base de muito sofrimento.

    MITO 2

SE HOUVE TRAIÇÃO, É PORQUE NÃO HÁ MAIS AMOR POR PARTE DE QUEM TRAIU- essa crença está baseada na ideia de que o conteúdo básico do casamento é o amor. Isso não é verdade. Como qualquer dinâmica humana, o casamento contém inúmeros sentimentos como amor, ódio, amizade, frustração, prazer, medo, pertencimento, desgosto…e esses sentimentos mudam no decorrer da vida do casal.  

    MITO 3

A CULPA É DO TRAÍDO QUE FALHOU NA RELAÇÃO- essa crença tem um caráter machista da nossa sociedade. Não é impossível deixar o parceiro insatisfeito e provocar nele a vontade de estar em outro local, com outra pessoa. Porém, ele(a) tem inúmeras possiblidades de lidar com a situação como se separar, discutir, buscar terapia e outras alternativas para tentar resolver os conflitos e insatisfações percebidas na relação. 

   MITO 4

A TRAIÇÃO OCORREU PORQUE A(O) OUTRA(O) É MAIS ATRAENTE- a escolha da amante ou do amante pode ocorrer por uma série de motivos, não necessariamente por ser um atleta sexual.

A ênfase na aparência pode estar relacionada com algum aspecto de uma fantasia sexual esquecida por parte de quem comete a traição (fantasia da sedução, por exemplo) e não diretamente à beleza física.

  

Te espero na próxima publicação para continuarmos a falar sobre esse tema.

Fique à vontade para deixar comentários ou perguntas. Abraços.